Enquanto os portos marítimos como o de Santos (SP) e o de Paranaguá, (PR), continuam contabilizando recordes no transporte de cargas, já neste começo de ano, no Mato Grosso, a região de Paranatinga deverá contar, em breve, com um porto-seco para ampliar a distribuição agrícola para o restante do País. Isso demonstra a tendência da ampliação de portos-secos no mercado brasileiro, para facilitar o escoamento das produções agrícolas em regiões distantes do litoral.
No caso de Paranatinga, a região prevê, em poucos anos, ver a sua produção agrícola superar a de municípios vizinhos como as cidades Primavera do Leste e Campo Verde, ambas com forte produção de soja, principalmente depois da notícia de que a empresa Valec, braço do governo federal, instalar em Santiago do Norte - extensão urbana da cidade de Paranatinga - um porto-seco para receber os produtos dessas regiões. Ainda há a perspectiva de crescimento por conta das obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que promete mudar o cenário logístico ao cortar diversos estados do País - do norte ao centro-oeste. A proposta é explorar com maior atenção a grande extensão territorial disponível para a agricultura no município, que deverá se tornar ponto estratégico com a chegada de uma ferrovia. Segundo a prefeitura da cidade, a Valec foi a ganhadora da licitação e esteve em Santiago Norte para definir o local da construção do porto seco - que deverá receber a produção agrícola num raio de 300 km ao redor beneficiando vários municípios em torno de Paranatinga. Procurado para falar do assunto, um dos coordenadores de projetos da Valec, Julio Monerat, engenheiro, explica: "há vários projetos em desenvolvimento".
Marítimos
Enquanto no Mato Grosso a expectativa é com relação a malha ferroviária e aos portos secos, no Nordeste começam a crescer as ações nos portos marítimos para atender a demanda de grandes obras de infraestrutura. Tanto que para facilitar o transporte dos equipamentos do setor eólico, o Porto de Natal visa ações para evitar transtornos ao trânsito. Um esquema do tipo deverá ser colocado em prática na próxima semana, quando o porto receberá o primeiro carregamento do ano de equipamentos do setor.
Ao todo, 109 aerogeradores deverão ser trazidos pela empresa Wobben Windpower, pelo terminal portuário, com destino ao parque que está montando no município de Parazinho, localizado a 116 Km da capital. A Wobben é a primeira fabricante brasileira de aerogeradores de grande porte e projeta ter no primeiro trimestre sua unidade potiguar.
Paranaguá
No Paraná, o Porto de Paranaguá tem apresentado resultados expressivos, e movimentou em janeiro um volume total de mercadorias de 2,66 milhões de toneladas. O número representa um aumento de 28,89% em relação ao mesmo período de 2010. O desempenho do terminal paranaense é ainda mais expressivo se forem consideradas as exportações de granéis sólidos (farelo de soja, soja, milho, açúcar e trigo), que aumentaram 60%, chegando a 999.659 toneladas em janeiro.
Para a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), os números traduzem a confiança de armadores e operadores na nova gestão do porto. A Appa também está concluindo as reformas e melhorias no pátio de triagem, além de já ter feito toda a manutenção nos shiploaders, nos armazéns da faixa portuária e no Silo Público, o "silão".
Já no maior porto do País, a movimentação geral no Porto de Santos registrou, em janeiro, o movimento de 6,317 milhões de toneladas de carga, superando em 3,7% o montante do mesmo período de 2010 e continuando a tendência de crescimento já observada em todo o ano anterior. A expectativa é que sejam movimentadas 101,5 milhões de toneladas em 2011. Deste total, 3,586 milhões de toneladas (56,7%) foram embarcadas para exportação. Comparado a janeiro de 2010, o número demonstra uma leve queda (5,7%), influenciada essencialmente pela movimentação de açúcar 21,3% menor deste janeiro.
O crescimento da importação de insumos industriais e agrícolas indica investimentos crescentes nas duas áreas no Brasil. Entre insumos industriais, a recepção de carvão aumentou em 99,2%; de minério de ferro, 118% e de GLP, 46,6%. A movimentação de contêineres cresceu 14,2% em janeiro - de 190.141 teu para 217.210 teu, reafirmando a tendência internacional de conteinerização das cargas.
Os números de contêineres sugerem que, mesmo passadas as festas de fim de ano, a demanda por produtos de alto valor agregado continua consistente. Em relação à balança comercial brasileira, o Porto de Santos contribuiu com a movimentação de US$ 7,2 bilhões em mercadorias.
FONTE: http://www.santiagodonortemt.com/news
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